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Foto do escritorSarah Cristinne

Falando de Cinema: A participação da mulher no cinema paraibano

Atualizado: 10 de mai. de 2021


Nos últimos anos abriu-se um debate acerca de um tema que já deveria estar em pauta a muito tempo - o lugar da mulher no cinema. Qual espaço elas vêm ocupando na indústria cinematográfica de um modo geral?


O Oscar, por exemplo, que é o prêmio mais famoso do cinema mundial, nas suas 93 edições até agora, enquanto 502 homens foram indicados para o prêmio de Melhor Direção, apenas 7 mulheres foram indicadas, sendo Kathryn Bigelow a primeira a ganhar em 2010, com o filme “ Guerra ao Terror”. Então neste ano de 2021, eis que ocorreu um fato histórico: duas mulheres disputaram a estatueta pela primeira vez.


A vencedora foi Chloé Zhao, que além de dirigir seu filme, “Nomadland”, que conta a história comovente de uma mulher que decide viver em sua van e viajar pelo Oeste dos Estados Unidos. Além de ocupar a direção, a chinesa também fez o roteiro e editou. Ela tem outros dois filmes em sua bagagem: "Songs My Brothers Taught Me" (2015) e "Domando o destino" (2017). “Eu me lembro de ouvir: 'As pessoas, ao nascer, são boas'. Essas palavras tinham muito impacto quando eu era criança, e ainda acredito nelas. Sempre achei bondade nas pessoas que conheci - em todos os lugares do mundo. Esse Oscar é para qualquer pessoa que tem a coragem de se manter boa e ver o que há de bom nos outros", disse ela no momento da sua premiação.


De acordo com a America’s San Diego State University, as mulheres bateram recorde na direção de cinema em 2020, então, o motivo das poucas indicações não é ter poucas mulheres nas produções, a razão é, sem dúvidas, um enorme machismo estrutural, e uma desigualdade de gênero muito presente em vários âmbitos da nossa sociedade, inclusive, na indústria cinematográfica.

No nosso país não é diferente. Infelizmente a falta de recursos e valorização desse movimento de luta ainda vem sendo traçado a passos lentos, mas, firmados em mulheres fortes, que unem-se e formam outras mulheres e que apesar de ser um processo além de lento, difícil, provam que não vão desistir.

Atentos a esse movimento mundial, voltamos o olhar para a nossa realidade, e surgiu o debate: “O papel da mulher no Cinema paraibano”, transmitido pelo nosso canal do Youtube no dia 29 de abril, mediado pelo professor coordenador do projeto Rômulo Azevedo.


As convidadas para esse papo foram: A idealizadora e Coordenadora da Mostra Sumé de Cinema, Ana Célia Gomes, a fotógrafa, montadora e diretora de cinema, Bebel Lélis e a professora, realizadora audiovisual, jornalista e fotógrafa, Kalyne Almeida. Elas falaram sobre a presença da mulher nas produções do cinema paraibano, e elas foram super integradas na produção de cinema do nosso estado e afiadas numa conversa sobre suas jornadas e a importância do processo de acolhimento.


Ana Célia é atualmente uma das representantes do Fórum Setorial do Audiovisual Paraibano e também integra a FIAV-PB - Frente de Interiorização do Audiovisual Paraibano, a UMA PB - União das Mulheres no Audiovisual da Paraíba e o Fórum dos Fóruns de Cultura da Paraíba e fala da sua felicidade em ver uma mulher (a atriz e professora Zezita Matos) na presidência na Academia Paraibana de Cinema. “A gente não quer ocupar o lugar de ninguém, o mundo é grande, tem espaço pra todos, a gente só quer o nosso lugar de direito”, ela diz.


Bebel Lélis, fotógrafa, diretora e montadora de cinema, já atuou em diversas produções audiovisuais e cinematográficas, atualmente foi selecionada no edital FESTIVAIS DE AUDIOVISUAL DA PARAÍBA, onde realizará o primeiro festival de cinema de Taperoá, cidade onde seus pais moram e onde se criou. e em 2021 além dos curtas que está fotografando e montando, também está dirigindo, animando e montando o documentário "O Homem da Memória" em homenagem a seu pai Balduíno Lelis, que também atuou no audiovisual, do qual fala com muito saudosismo.


Já Kalyne Almeida é realizadora audiovisual, professora e fotógrafa. Começou a carreira no cinema como diretora de produção e produtora executiva. Atuou em mais de vinte projetos audiovisuais e tem seu trabalho autoral voltado, principalmente, para o universo feminino, tanto em produção de sentido quanto em inclusão das mulheres nas equipes de liderança de seus projetos. “Façam filmes, dirigiram seus filmes não tenham medo. Vai ter crítica mas vai ter aplausos, vai ter afetos, e vamos existir através das nossas artes”, e assim ela encerra sua fala.


O ponto de encontro entre as três, é que para além da paixão pela sétima arte, claro, o que rege essas mulheres e tantas outras que trabalham com o cinema na Paraíba, é uma rede de apoio feminina. O quão é importante dar as mãos, ter alguém para se inspirar. Acontece que para além de atrizes, continuístas e figurinista, existem produtoras, diretoras, e fotógrafas. Mulheres mais que capazes de comandar um SET com absoluta excelência, por isso, sigamos na luta.



Assista ao debate na íntegra, em:


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