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Frutos da UEPB: O cinema nordestino representado pelo curso de jornalismo

Atualizado: 7 de mar. de 2023


Mayara Bezerra (Foto: Acervo pessoal)


O curso de Jornalismo é muito amplo e abrange diversas áreas da comunicação, sendo uma delas, o Cinema. Você sabia que muitos produtores, cineastas, documentaristas e até atores nordestinos se formaram através desse curso? Conheça agora um pouco da história de Mayara Bezerra.

Natural de Santa Cruz do Capibaribe, filha de Maria e de José, Mayara Bezerra é uma jornalista que retrata em suas produções a vida do Sertão-Agreste em que vive. Formada pela Universidade Estadual da Paraíba, Mayara diz que a sua grande paixão é pelas palavras, foi por meio dessa paixão que surgiu o interesse pelo curso. Quando terminou o ensino médio, a jornalista decidiu cursar Design na UFPE no campus Agreste em Caruaru, pois adorava a ideia de trabalhar com a arte. Após dois anos no curso , desencantou; não era esse o tipo de arte que Mayara procurava. Trancou o curso e usou a nota SISU para cursar Jornalismo na UEPB. Deu certo, fez parte da turma de 2015.

A jovem acordava às cinco horas da manhã para pegar o ônibus, chegava no campus por volta das 08:00, já tinha perdido uma hora de aula. Às 11:30 retornava para Santa Cruz, chegava em casa às 14:00 e trabalhava com sua família na confecção de roupas. Somente à noite tinha tempo para estudar e se dedicava a se tornar uma boa comunicadora. Depois de um tempo nessa rotina de estar sempre indo e voltando para Campina Grande, uma amiga ofereceu a sua casa para Mayara, e ela morou por um tempo com Andreza Valdevino e sua família. A jornalista que sempre foi apaixonada pelas palavrava se descobriu também apaixonada pelo cinema, gosta de tudo que possa expressar alguma ideia. Seu primeiro filme foi sobre o seu pai, em um congresso de comunicação em 2017 que coincidiu com a data do aniversário. Tomada pela saudade, o presente para o seu pai foi um filme com depoimentos de pessoas sobre José. Mayara sente que o seu tempo na UEPB lhe ensinou muito mais que jornalismo: também sobre ser humano.


(Fotos: Acervo pessoal)


Carrega um pouco de cada pessoa que passou por ela durante os seus anos na instituição: professores, colegas e amigos; sente que cada uma dessas pessoas lhe traz inspiração. Apesar de ter tido um bom proveito do tempo que passou na universidade, sente que faltou oportunidades de estágio. Apesar de ter estagiado na empresa Bembe Filmes do professor Kleyton Canuto, tinha sede por mais, conhecer mais, trabalhar mais. Participou de projetos de extensões como ObjorC, do professor Luís Adriano e do É destaque, que como um projeto de amigos e foi adotado pela professora Socorro Palitó como projeto de extensão. Ambos voltados para a área do audiovisual, mas nenhum para o cinema.

Mayara já trabalhou como produtora, assistente de direção, roteirista, editora, na área da captação de imagem, mas a sua parte favorita é trabalhar na parte da direção. Trabalhar com cinema já a levou vários lugares, muita gente e principalmente para um lugar intimo e pessoal, dentro de si. Ela acredita que o cinema ainda vai levá-la a muitos outros lugares, e a mais pessoas. Sua intenção não é nem de longe, apenas o financeiro, mas sim guardar histórias do que ela viu, viveu e ouviu. A melhor experencia que tem do seu trabalho é poder ser quem ela é.

Apesar de grande conhecimento, e muitas experiencias, atualmente Mayara não está trabalhando formalmente na área, trabalha com o cadastro único de uma cidade e entrevista em média 40 pessoas por dia, mas diz que mesmo assim faz parte dela, pois seu olhar jornalístico está sempre atento. Além de também trabalhar como produtora cultural. Mas não quer parar por aí, seu projeto principal é o Museu de Arte Sertão-Agreste (MASA), um acervo virtual artístico e cultural das regiões agreste e sertão de Pernambuco. Tem alguns projetos em mente, quer ser professora e transmitir suas vivencias em sala de aula, também pretende escrever livros.


(Fotos: Acervo pessoal)


Mayara faz parte de algumas produções como Arquitetura de Duda, Entoado Negro, Tota, Sou Xaxado, Palestina, Brasil que foi um projeto que deu origem a PUNCTUM Filmes, um laboratório de áudio visual que tem em conjunto com alguns colegas. Ela afirma que esses projetos se tornaram possíveis através de políticas de incentivo à cultura, e reforça a importância delas no cenário artístico do Brasil.


Entrevista e produção: Ana Maria Caetano

Editor de texto e supervisão: Tamires Santos


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